Para que um sepultamento pudesse ser finalizado na manhã do último domingo (5) no Cemitério Municipal de Fraiburgo, no Bairro São José, foi necessário à presença da Policia Militar (PM). O enterro virou caso de polícia, duas famílias procuraram a delegacia para registrar Boletim de Ocorrência. Ambas acusam-se de ter iniciado a desavença.
Na ocasião, os familiares de Lucia Moreira a sepultaram no Cemitério Municipal, no entanto, segundo eles, encontraram dificuldades para que isso fosse possível e tiveram que chamar a PM para terminar a cerimônia. De acordo com a nora da falecida, Marizete Gollo, durante o funeral uma pessoa que reside em terreno que faz divisa com o cemitério, teria contestado o local em que a sepultura foi edificada dizendo que estava dentro do terreno particular.
Marizete conta que a mulher tirou fotografias do ato fúnebre e da sepultura, os familiares sentiram-se incomodados com a situação e por isso tomaram e jogaram no chão a máquina que estava sendo utilizada para fotografar. Após essa discussão, a senhora que estava tirando as fotografias teria passado mal, foi necessário o atendimento médico, sendo que ela permaneceu internada no Hospital Divino Espírito Santo até última terça-feira (7).
A família que estava realizando o sepultamento procurou a delegacia e registraram BO em relação à briga ainda na manhã do domingo, porém durante à tarde do mesmo dia, quando o agente funerário foi até o Cemitério Municipal para efetuar outro sepultamento, foi surpreendido com a situação em que se encontrava o túmulo, ele havia sido depredado e as flores depositadas no local foram estraçalhadas.
“A mulher falou que o lugar que minha sogra estava sendo sepultada não estava certo, que era terreno dela e nós com os papeis que recebemos na prefeitura em mãos, as taxas todas pagas. Ainda por cima começou a tirar fotos, ficamos irritados com aquela situação, mas ninguém agrediu a senhora, ela se jogou no chão e disse que estava passando mal”, contou Marizete.
De acordo com o Procurador Geral da Prefeitura Municipal, Paulo Ferreira, todas as sepulturas existentes no Cemitério Municipal estão dentro do espaço próprio para isso. Ferreira explicou que já existem processos judiciais que se arrastaram há anos em relação a essa família que tem terreno que faz divisa com o cemitério, no entanto, a municipalidade não conseguiu êxito nos acordos propostos.
O Procurador salienta que devido ao acontecimento registrado no fim de semana, o município estará ingressando no procedimento deflagrado na delegacia de policia na tentativa de buscar uma composição em juízo em respeito às divisas já fixadas em sentença em outro processo judicial já julgado.
A delegada da Comarca de Fraiburgo, Beatriz Ribas Dias dos Reis, afirma que tem como objetivo apurar os fatos para saber quem iniciou a confusão e a responsabilidade de cada parte envolvida. A investigação deverá apontar se existe relação entre o desentendimento que ocorreu pela manhã e as depredações verificadas à tarde
“Um sepultamento por si só já é um momento delicado, imagina você se deparar com brigas, mas isso não cabe a eu julgar e sim a Justiça, eu vou apurar o envolvimento de cada um na situação, cada família tem sua versão, mas precisamos investigar isso tudo”, explicou.
Já à família que tem esse terreno o qual faz divisas com o Cemitério Municipal preferiu não se manifestar em relação às discussões. Em conversa tanto com a senhora que foi apontada nesse caso, quanto um filho dela, afirmaram que primeiro pretendem tomar conhecimento das versões dos demais envolvidos para depois falarem sobre o assunto.
FOTO MARIZETE GOLLO
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