Juciele Marta Baldissarelli
Jornalista e professora
Muitos podem até pensar que o jornal impresso está
fadado ao desaparecimento dentro de alguns anos em função da febre que a internet
está se tornando cada vez mais. No entanto, não acredito que isso irá
efetivamente acontecer. O que percebemos no mercado é uma seleção dos meios, o
que sempre ocorreu ao longo da história da comunicação. O impresso é
considerado o primeiro meio de comunicação oficial, não se sabe ao certo quando
ele surgiu, mas há registros que datam que foi no ano 131 Antes de Cristo.
Os historiadores e pesquisadores atribuem ao
Imperador Romano Júlio César essa invenção.
Júlio César, além de ter sido general e comandante, foi um profissional
de marketing. Para divulgar suas conquistas militares e informar o povo da
expansão do Império, criou o Acta Diurna, o primeiro jornal de que se tem
notícia no mundo. As autoridades romanas pregavam na parede da entidade
equivalente ao Fórum, uma folha em que eram listados os acontecimentos do dia
como os casamentos, batizados, compras e vendas, novas leis que entravam em
vigor. Essa folha era chamada de Acta Diurna, os Atos do Dia, e representavam
as diretrizes governamentais.
Desta forma, analiso que ocorre agora com os
meios de comunicação impresso, nada mais do que o reflexo daquilo que sempre
existiu na história. Uma seleção natural, em que se mantém aqueles que melhor
se adaptam à realidade, seja ela de mercado (leitores) ou financeira. Para isso
podemos lembrar de alguns exemplos clássicos. Um deles foi quando o rádio
chegou ao Brasil no dia 7 de setembro
de 1922 e muitas pessoas decretaram a falência dos jornais. Afinal, o
rádio apresentou aquelas características tão bem conhecidas até hoje, que entre
elas destaco a sua amizade por meio de uma caixa falante.
O mesmo aconteceu com o rádio quando vivia sua
melhor fase no Brasil, a chamada “Era de Ouro” na década de 50. Programas de
auditório lotados, radionovelas faturando financeiramente. No entanto, chega a
televisão e assim o rádio também viu todo o seu glamour ameaçado. O que
aconteceu com o rádio? Simples, ele encontrou melhor a sua finalidade de
existência, que aponto ser a utilidade pública, a informação, a notícia, mas
sem esquecer do entretenimento. O rádio é a prova de que existe um equilíbrio.
Desta forma, o meio impresso passa atualmente
por um momento parecido a esses dois que citei. E faço uma ressalva para dizer
que não é apenas o impresso, o rádio e a televisão também estão na mesma
situação, todos buscam uma nova adaptação a essa necessidade. Fórmula pronta
não existe, mas pode-se observar alguns casos exitosos e deles tirar exemplos.
O fato é, a internet está presente e contra isso não é possível lutar, aliás
nem devemos e nem queremos. Assim, sugiro por meio dos cases de sucesso já
registrados, que esses meios se tornem aliados dessa tecnologia e tirem
proveito para produzirem materiais diferentes aos que os leitores estão
acostumados no dia-a-dia. Certamente o jornal impresso não deixará de existir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário