quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Reconhecimento de vítima errado: Familiares e ex-esposa achavam que se tratava de uma pessoa, quando na verdade não era

Josiel Telles é a real vítima, policia investiga motivo que o levou a se esconder embaixo da cama do casal


Josemar dos Santos da Silva assimiu autoria do crime para a polícia


Joel da Silva Chaves com a família após esclarecer que esta vivo

Depois de especulações e informações desencontradas foi sepultamento na manhã de ontem (10) no Cemitério Municipal de Fraiburgo, o corpo de Josiel Telles, 23 anos, morto com golpes de facão no início da madrugada da última segunda-feira, (9) na Rua Arpalice Gueller, no Bairro São Miguel. Isso tudo, porque até por volta das 15 horas do dia em que o crime ocorreu, um equívoco estava sendo cometido em relação à identidade da pessoa assassinada na residência de Josemar dos Santos da Silva, 23 anos.
Quando a esposa de Silva foi deitar-se, por volta da 01:00 hora, com as filhas ouviu um barulho embaixo da cama. Ao verificar se assustou com um homem, que saiu do local só de cueca e meias e passou a ameaçá-la com uma faca. Segundo a versão do acusado, para defender a mulher, ele pegou um facão e passou a atacar a vítima, pensando que fosse Joel da Silva Chaves, 32 anos, ex-companheiro da atual mulher. Quando a Polícia Militar chegou no local, tanto o acusado, como a esposa, além de familiares da suposta vítima, afirmaram que o homem assassinado era Chaves.
O fato foi divulgado pela policia desta forma, tanto que o corpo chegou a ser encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Caçador como sendo Chaves. A surpresa se deu quando o agente funerário chegou à capela Ecumênica do Bairro São Miguel com o caixão, ao abrirem os familiares perceberam que não se tratava da pessoa que havia sido divulgado. Enquanto o caso se desenrolava, Chaves estava trabalhando na empresa BRF (Perdigão) em Videira.
Ele havia saído por volta das 02:30 horas para trabalhar, ao retornar para casa por volta das 14:00 horas o vizinho, Anderson do Nascimento o avistou. O amigo ficou espantado quando viu a suposta vítima, pois tinha conhecimento de que ele estava sendo velado naquele momento.  Após contar isso para Chaves ele decidiu ir até a delegacia para esclarecer os fatos.
Ao mesmo tempo em que o suposto morto estava na delegacia, a família também apresentou a dúvida ao delegado da comarca Jhon Endy Lamb. Com as diligências e somado a informação de que no local do crime foram encontrados os documentos em nome de Josiel Telles, o delegado constatou que o reconhecimento do corpo se deu de maneira equivocada.
Após a constatação do engano, Lamb ouviu novamente algumas testemunhas, a fim de tentar elucidar o motivo que teria levado Telles a se esconder embaixo da cama do casal em tal situação, estando seminu. Através dos depoimentos, foi verificado que quando o suspeito e a esposa chegaram em casa na noite do crime perceberam que ela havia sido revirada, logo em seguida chamaram a policia, os policiais estiveram no local mas nenhum suspeito foi encontrado. O delegado acredita que Telles já estava no interior da casa onde permaneceu escondido até o momento do crime.
O acusado Silva, que supostamente teria cometido o crime pensando que se tratava do ex-esposo da atual mulher, permaneceu no local e assumiu a responsabilidade quando os policiais chegaram. Ele está preso na Unidade Prisional Avançada (UPA) em Videira, durante o depoimento, teria afirmado que estava arrependido de ter cometido o crime, mas que agiu em legitima defesa.
Ainda o delegado esclareceu que toda a parte burocrática referente ao engano da identidade da vítima já está sendo tomada, visto que o laudo cadavérico foi emitido em nome de Chaves, que está vivo.

O ALÍVIO DA FAMÍLIA DE CHAVES

Já em sua residência no bairro Roland Mayer/Vila Nova, na companhia da família, Joel da Silva Chaves, acabou rindo da situação em que teve o nome envolvido. “Mas eu não tenho nem o que dizer sobre isso, meu Deus eu estava trabalhando, quando chego em Fraiburgo já estavam até me velando, até os meus pais que moram em Curitibanos estavam no local do velório”, afirmou.
A esposa, Dejani de Lara não irá esquecer tão cedo os momentos de aflição e tristeza que viveu ao saber que Chaves teria sido assassinado. Ela estava trabalhando quando sabe da suposta morte através da notícia no rádio. Em função do desespero, Dejani lembra que nem teve a ideia de ligar para a empresa onde ele trabalha, apenas ligou diversas vezes para o celular do marido, mas sempre caia na caixa postal.
Quando Chaves retornava para casa e viu as diversas ligações em seu celular aliado a notícia de que estaria morto, ligou para a esposa. “Na hora até comecei a dar rizada, perguntando de onde ele estava me ligando, até brinquei dizendo todo mundo esperando para você ser velado, quando ele disse - O quê? tá louca?" contou a esposa.

A TRISTEZA DA FAMÍLIA TELLES

Após o esclarecimento sobre a identidade da vítima, o choro de tristeza dos familiares de Chaves passou a pertencer a família Telles. A polícia recebeu a informação de que os pais da verdadeira vítima moravam no F-16 da Renar. O pai Francisco de Assis Telles estava voltando do trabalho no fim da tarde da última segunda-feira (9) quando os policiais chegaram com a triste notícia.
O pai muito abalado foi trazido para a cidade com o intuito de reconhecer o corpo do filho. Ele comentou que não sabe o que poderia ter ocorrido, disse que o rapaz era um bom filho e trabalhava na empresa Aterplan na localidade da X de Novembro.
Comentou que no dia do crime, logo cedo acompanhou a notícia da morte de um homem com golpes de facão e ficou sensibilizado pensando na dor daquela família. A vítima morava no mesmo bairro em que o crime ocorreu, tinha uma esposa a qual esta grávida.
Uma das ultimas pessoas que teve contato com Telles, foi o cunhado Francisco da Silva, na tarde do último domingo (8). Ele contou que na noite do crime, a vítima tinha combinado que jantaria na casa dele, porém não retornou.

FOTO RÁDIO FRAIBURGO AM

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