JUCIELE BALDISSARELLI
Repórter
Se levado em conta a atualização da
Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive) em relação aos casos de Gripe A,
Fraiburgo teria 23 casos, no entanto a última atualização da DIVE foi feita
quarta-feira (20), desde essa data um novo caso foi notificado. Desta forma,
Fraiburgo possui 24 registros de gripe A até o momento.
Mas prova de que se o paciente for submetido
ao tratamento correto e de maneira precoce nas primeiras 48 horas, haverá
sucesso é de que apenas duas pessoas que compõem esse registro total, permanecem
internadas. Havia uma criança de três anos que estava internada na UTI do
Hospital de Curitibanos, ela apresentou melhora e já recebeu alta hospitalar.
Ao longo da última semana, a Secretaria
Municipal de Saúde registrou queda nas procuras de atendimentos, bem como na
confirmação dos casos, em sete dias, apenas dois novos foram diagnosticados. No
entanto, especialistas alertam que devemos estar atentos, pois em dias de
temperaturas amenas, como deve fazer no fim de semana, a propagação do vírus é
maior em função da falta de ventilação nos ambientes.
Em Fraiburgo, não existe nenhuma recomendação
para que eventos sejam cancelados devido o aglomero de pessoas. A secretária,
Nilce Pinz Gomes, explica que a situação está sendo monitorada e não existe a
necessidade de tal recomendação. Ela explicou que se houver necessidade a
medida será tomada, mas esclareceu que a Secretaria não possui autoridade para
suspender eventos, pode apenas recomendar de que não sejam promovidos.
Muitas são as dúvidas, questionamentos e até
informações desencontradas sobre o vírus H1N1. O clinico geral que atende no
Hospital Divino Espírito Santo de Fraiburgo, Alessandro Fusatto Neto, traz
informações sobre a gripe A.
A imunização de toda a população seria uma
solução?
“A partir do momento que todas as pessoas
forem vacinadas um vírus mais potente, poderá surgir. A literatura diz que a
vacinação é o controle direto da disseminação da doença, mas o risco de vacinar
todo mundo é que pode surgir um vírus resistente novamente. Esse vírus já
existe há muitos anos, desde 1918 ele já estava registrado como H1N1. O
Ministério da Saúde orienta que em casos suspeitos, deve começar o tratamento
com Tamiflu. O medicamento combate o vírus tanto quanto a vacinação, só que os
pacientes devem ser bem examinados”.
Eventos em que exista aglomeração devem ser
suspensos?
“Se numa escola, por exemplo, ocorreram
vários casos suspeitos, vinte, trinta ou quarenta casos, talvez pudesse ocorrer
uma investigação melhor dessa situação. Mas nossa região possui um inverno
rigoroso e um outono que também é muito frio, se não puder ocorrer nenhum
evento externo, aula, academia, missa ou eventos em geral, a cidade para. A
gripe não é uma doença que pegou morreu, é uma doença que tem os seus sintomas
e evoluções, se fosse uma doença muito agressiva, que pegou hoje e morreu
amanhã, aí sim, seria realmente um caso bastante perigoso e teria que suspender
os eventos. Se pegar os casos diagnosticados em Fraiburgo, dividindo pela
população da cidade daria “0,0005%” da população e estão distribuídos em
ambientes onde o pai pegou e passou para o filho, passou para a mãe e passou
para o irmão. Em uma família, por exemplo, existem quatro casos, não é um caso
em cada lugar da cidade”.
Quem deve tomar o Tamiflu?
“O Tamiflu é o medicamento usado no combate
ao vírus, no entanto, ele tem efeito apenas para as pessoas que estão doentes
ou tiveram contato com pessoas infectadas. Pessoas saudáveis não devem tomar o
medicamento como forma preventiva”.
Gripe comum mata tanto quanto a gripe A?
“A gripe comum mata tanto quanto a H1N1, os
números são muito parecidos, as pessoas com gripe comum não se preocupam, mas
os critérios de avaliação, as condutas e as complicações respiratórias são
iguais, depende de cada caso, a questão da higiene é o principal ponto que
devemos insistir, ou seja, lavar as mãos, não ter contato com pessoas doentes,
não ficar em ambientes muito fechados, tudo isso para se evitar a disseminação”.
FOTO FLÁVIO FURTADO/ RÁDIO FRAIBURGO AM
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