quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Sanefrai renova licença e aterro sanitário deve ser reenquadrado pelo MPSC



JUCIELE BALDISSARELI
Repórter

O Ministério Público de SC apontou que aterros sanitários apresentam evolução. Atualmente, todos os 293 municípios catarinenses destinam seus resíduos sólidos para aterros sanitários. Porém, 19% dos aterros - administrados pelos municípios entre eles Fraiburgo, operam com condições mínimas e têm uma série de deficiências. Estariam ainda nessa lista Camboriú, Irineópolis, Porto União, São João Batista, Sul Brasil e pelo Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí, em Timbó.
Os dados constam em relatório apresentado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-SC) que fornece novos subsídios para o Projeto Sustentabilidade dos Aterros Sanitários, integrante do Programa Lixo Nosso de cada Dia, desenvolvido desde 2001 pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) com o objetivo regularizar a destinação dos resíduos sólidos nos municípios. O trabalho é fruto de parceria através do Fundo de Reconstituição dos Bens Lesados (FRBL), que repassou os R$ 123 mil necessários para a evolução do projeto.
Em Fraiburgo, o aterro sanitário é administrado pela Autarquia de Saneamento Fraiburgo (Sanefrai), segundo a engenheira sanitarista ambiental, Débora Peliser, no momento, o licenciamento de operação do aterro está sendo renovado junto a Fatma, e por isso, o município acabou ficando na lista negra. A engenheira destaca que essa situação será revertida assim que a renovação for feita, pois todos os controles ambientais são respeitados.
O engenheiro e diretor de saneamento Roberto Correa, explica que o aterro já passou por vistorias e atende as exigências. A Sanefrai ampliou no último ano os controles ambientais e no momento está apenas no aguardo da emissão da renovação do licenciamento pela Fatma. Essa renovação acontece a cada quatro anos.

"LIXO NOSSO DE CADA DIA"

A ABES ressalta que seu primeiro relatório, elaborado em 2000, mostrava que somente 16,5% dos resíduos sólidos gerados pela população catarinense recebia disposição final em aterros sanitários, e 83,5% era depositados em locais a céu aberto - os chamados "lixões". A partir daí, o MPSC implantou, em 2001, o Programa "Lixo Nosso de cada Dia", com um conjunto de medidas para recuperar áreas degradadas e implementar meios adequados de disposição final de resíduos e um trabalho de educação ambiental. Em 2004, após três anos de implantação do Programa, 279 municípios catarinenses, ou seja, 95,22% do total estavam destinando seus resíduos a aterros sanitários.
Na nova pesquisa realizada pela ABES, dos 36 aterros em atividade no Estado, 29 ficaram enquadrados como aterros sanitários, sendo 15 considerados em condições ótimas e 14 em condições adequadas. Os sete restantes foram considerados aterros controlados, com condições mínimas de operação. Atualmente, não existem mais lixões no Estado
A pesquisa chama atenção que mesmo os aterros sanitários em condições ótimas necessitam de melhorias nas condições de acesso, isolamento visual e na excessiva presença de vetores (moscas, urubus, etc). Já nos aterros em condições adequadas, além dos problemas anteriores, pecam por deficiências no tratamento do chorume e na drenagem de águas pluviais e pela falta de controle no recebimento de resíduos. Já os aterros em condições mínimas apresentam um grande número de deficiências, foram considerados tecnicamente irregulares, e necessitam de uma série de adequações recomendadas pela ABES.
FOTO JUCIELE BALDISSARELLI/DMO

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