quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Fischer faz investimento de R$ 20 milhões na compra da nova classificadora



JUCIELE BALDISSARELLI
Repórter

Enquanto muitas empresas de maçãs de Fraiburgo passam por um período de redescoberta através de fusões, outras como a Fischer S/A enfrenta as dificuldades que o segmento está passando, com investimentos e modernização em maquinários e estrutura de Packing House.
A Fischer possui um complexo industrial formado por três modernas unidades, duas em Fraiburgo e uma em Monte Carlo. Estão equipadas com a mais avançada tecnologia mundial para armazenamento e processamento de frutas, possibilitando assim uma melhor qualidade em seus processos, desde o recebimento até a expedição.
Há cerca de três meses, a unidade da empresa que fica nas margens da SC 453 sentido Lebon Régis, começou a passar por uma reforma completa, praticamente todo o maquinário será substituído. Nessa semana, começaram a chegar algumas das 44 carretas carregadas com peças de uma nova classificadora de maçã. Trata-se de um equipamento de última geração, importado da Holanda.
Parte do equipamento antigo será reaproveitado em outras unidades e o restante será desativado. Até então, o processo de classificação da fruta era eletrônico apenas quando se tratava do peso e coloração, a partir de agora com o novo sistema, além destes, a classificação de defeitos que antes era manual, será feita pela máquina. A implantação irá também promover mudanças no setor de embalagem, pois haverá automoção.
O gerente industrial, Silvio José Gmach, comenta que a substituição de equipamento se faz imprescindível por se tratar de uma necessidade de atualização tecnológica, é considerado um grande avanço empresarial. “As necessidades vão surgindo, a antiga maquina já passou por 17 safras”, comentou.
A montagem total do equipamento será concluída apenas em meados de novembro, para a próxima safra, ou seja, em dezembro 100% da possibilidade de utilização estará em uso. Gmach não revela o valor da máquina, mas informa que o montante total que a Fischer está investindo com a compra, importação e instalação ultrapassa R$ 20 milhões.
Quando se fala em mecanização do trabalho, uma dos primeiros pensamentos que vem a mente é a substituição do homem pela máquina, porém Gmach garante que isso não acontecerá. Segundo ele, a mudança se dará justamente nas funções que a empresa encontra dificuldades, pois são os que mais exigem esforço físico por serem repetitivos.
 Além disso, aponta a carência de mão de obra que as empresas sofrem como um fator em que leva a promover a substituição. O Grupo Fischer Maçãs mantém um quadro médio anual 1,8 mil funcionários em Santa Catarina, sendo que a maior parte das pessoas estão empregadas em Fraiburgo, Monte Carlo e Lebon Régis.
“A tecnologia vem para facilitar e simplificar o trabalho das pessoas. Muitos pensam que ela vem para substituir, trocar a pessoa pela máquina, mas não é verdade, pois não é esse o objetivo. Hoje existe uma carência de mão de obra, nós mesmos precisamos sair de Fraiburgo e buscar pessoas em outros locais”.
Com o modelo antigo, a produção máxima era de 25 toneladas por hora e na embalagem cerca de 28 toneladas. Com a inovação, esses números devem subir para 35 toneladas por hora tanto na classificação quanto na embalagem. Ainda entre os benefícios apontados pela empresa, está o de que à noite e fins de semana haverá menos trabalho. Já referente à qualidade da fruta, será mantido um padrão com maior regularidade através da classificadora.
Por fim, Gmach, destaca que além dos benefícios financeiros que serão gerados, a Fischer está preocupada com o bem estar dos funcionários e com o meio ambiente, visto que haverá diminuição na quantidade de água que é necessária para realização do trabalho. “Hoje precisamos traçar toda a água a cada dois ou três dias, a partir da retomada dos trabalhos a mesma água poderá ser usada por meses”, comentou.

A VISÃO DA ABPM

Para a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), o anúncio do investimento na ordem de milhões da empresa Fischer em Fraiburgo é algo para ser comemorado. O diretor executivo, Moisés Lopes Albuquerque, destaca que essa iniciativa demonstra que o setor terá sequencia no município, colocando de certa forma um fim nos boatos de que o cultivo estaria acabando. Afirma que a Fischer é uma formadora de opinião e espera que outras empresas sigam o mesmo caminho. 

CONHEÇA A FISCHER

A Fischer S/A - Com. Ind. e Agricultura, situada no município de Fraiburgo, no Estado de Santa Catarina, tem crescido a um ritmo admirável nesses mais de vinte anos de existência. A produção anual, em torno de 130 mil toneladas de maçãs (predominantemente nas variedades Royal Gala e Fuji Suprema), destina-se ao mercado interno e externo. Essa performance valeu à companhia o topo do ranking nacional na produção, comercialização e exportação de maçãs.
Pioneira na introdução da maçã brasileira no mercado internacional, a Fischer Fraiburgo tem forte atuação no abastecimento dos inúmeros países distribuídos nos cinco continentes. A companhia conta com 3,4 mil hectares destinados ao cultivo de maçãs, com utilização de avançadas tecnologias de cultivo e manejo, obtendo um alto padrão de qualidade.
 Conta com três unidades de processamento e armazenagem, com uma área de 65.663 metros quadrados. Sua capacidade de armazenagem gira em torno de 70mil toneladas, sendo suas câmaras frias equipadas com controle de atmosfera totalmente automatizadas.
As modernas estruturas e técnicas utilizadas na classificação, armazenagem e embalagem, proporcionam aos consumidores a garantia de excelente padrão de qualidade de frutas em qualquer época do ano.
Parte da produção de maçãs é destinada para processamento na produção de suco concentrado clarificado e seus subprodutos. Os investimentos realizados em modernos equipamentos e avançadas tecnologias de processamento na produção de suco de maçã, garantem destacada qualidade ao produto, em atendimento às exigências dos clientes internacionais.
Sempre atenta às novas oportunidades de negócios, a companhia explora ainda o cultivo de outras frutas, com destaque para o Kiwi. Por fim, em cerca de 3,7 mil hectares de terras, inadequadas para exploração da fruticultura, são desenvolvidas atividades de reflorestamento com pinus das espécies Taeda e Eliotti, cuja produção é transformada em madeira serrada, em um volume de 30 mil metros cúbicos anuais, destinados aos fabricantes de móveis e embalagens.
FOTOS FLÁVIO FURTADO/RÁDIO FRAIBURGO AM


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comments system

Disqus Shortname