O dia em que as lentes de Garcia se fecharam

Liberato Valdir Tezori, se perguntar em Fraiburgo por este nome, poucos saberão dizer quem é este homem, mais se perguntarem pelo fotógrafo Garcia todos saberão dizer quem ele é. Garcia era uma pessoa conhecida por registrar e gravar a história das pessoas e da cidade. Ele começou seus trabalho quando entrou para o Exercito na década de 50 e adquiriu o gosto e paixão pela fotografia, que foi uma companheira até o fim da vida.

Quem conheceu Garcia, sabe que era um homem que não desistia fácil, era alegre, honesto, tinha simplicidade e grande sabedoria. Garcia faleceu no último domingo (17), na véspera de comemorar o aniversário de 72 anos. 

Para a família, despedir-se de Garcia foi um momento marcante. O filho Evandro destacou a grandiosidade do pai. "Como profissional aqui em nossa cidade, ele  acabou registrando desde a década de 70 até março desse ano, ele foi um grande acompanhador de todos os fatos históricos e acontecimentos. Acompanhava desfiles, inaugurações de empresas que iniciaram e empresas que fecharam e tudo o que originou Fraiburgo ele acabou registrando com suas lentes".

Evandro ressalta que Garcia foi um grande acompanhador da urbanização dos bairros de Fraiburgo. Um deles foi o bairro das Nações, que era no princípio um grande banhado e se tornou em um belo bairro, onde Garcia adorava ir. Outro bairro que ele acompanhou o desenvolvimento e costumava contar a história, era o bairro São Miguel. Garcia lembrava sempre que antes da civilização tomar conta com as casas, o local era uma grande plantação de pinus.

Evandro lembrou também que o pai participou registrando momentos marcantes, de inaugurações como por exemplo, o Parque da Maçã e da extinta Indústria Bruno.

"Aos poucos, conforme for encontrando as pessoas que meu pai registrou, irei citar algumas coisas para que também estas lembranças do meu pai possam estar na lembrança deles também, no final meu pai como registrador da parte histórica ele fez história junto."

Evandro explicou ainda que apesar de todas as dificuldades que Garcia passou, ele sempre vivia humorado e foi assim até o último suspiro. Dizia que as dificuldades são coisas da vida. "Meu pai dizia que ninguém deve ser igual a uma carroça vazia" .