segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os filhos do coração



JUCIELE BALDISSARELLI
Repórter

Na última sexta-feira (25), foi comemorado o Dia Nacional da Adoção. Uma data instituída em 1996 no I Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção. Em Fraiburgo, um grupo de cerca de 20 pessoas, compostos por pais adotivos acompanhados dos filhos e outras pessoas que se encontram na fila de adoção, participou de uma caminhada alusiva ao tema na manhã do último sábado (26). Entre os municípios de Fraiburgo e Monte Carlo, os quais fazem parte da mesma Comarca, nesse ano já foram realizadas três adoções, existem nove processos aptos para adotar e outros cinco estão em andamento.
A assistente social do Fórum, Edna Regina Bragnolo Furtado, explica que foi criado um grupo de estudos e apoio a adoção chamado de “DNA do Coração”. Todas as pessoas interessadas pelo tema, que já adotaram ou pretendem adotar um filho participam de reuniões mensais, onde são orientadas e se preparam para a chegada do filho. Durante a caminhada panfletos explicativos foram entregues, orientando a sociedade local sobre a existência do grupo. Edna destaca que o pensamento que as pessoas têm de que adoção é um processo complicado não é real, para ela, existe um tempo que é necessário para que os candidatos possam se preparar para uma nova etapa de vida.
Para adotar um filho não precisa ser casado, pessoas solteiras também podem entrar na fila. O primeiro passo é entrar em contato no Fórum da comarca do município, apresentar a documentação exigida, participar de um curso e fazer parte das reuniões do grupo DNA do Coração até que chegada da hora. “As pessoas não precisam esperar por um filho biológico, elas podem colaborar com o futuro de tantas crianças que aguardam um lar. Mas é uma decisão muito séria, que implica na mudança de vida, por isso é necessário estar orientado para estar ciente de tal atitude que é para a vida toda”, comentou.

UM PAI DE CORAÇÃO


  
Entre as mães e pais adotivos que participaram da caminhada, esteve Claudio Reichardt, o qual adotou Sabrina, hoje com três anos, mas ela foi entregue ao casal quando tinha apenas seis meses. Ele se considera um verdadeiro pai de coração e afirma que a emoção de ser pai é única e indescritível.
O casal não havia pensado na possibilidade de serem pais adotivos, a intenção era a de gerar os próprios filhos, no entanto, quis o destino de que isso não fosse possível.  Para preencher o vazio da casa e da vida de ambos que já demonstrava ter, a decisão foi tomada de maneira unânime, seria na adoção que o sonho se concretizaria.
Reichardt conta que procurou o Fórum para obter informações, fez o cadastro, apresentou toda a documentação e em seguida veio à espera. Foram três anos, avaliados como intermináveis, até o dia em que o telefone tocou avisando sobre uma possível oportunidade.
Ao pegar a pequena Sabrina no colo pela primeira vez, Reichardt conta que não foi ele que a escolheu, mas ela que demonstrou todo o amor e alegria que poderia dar a família. Foi amor à primeira vista, o pai lembra que a menina não queria sair do colo por nada. Nem mesmo a futura mãe pode pegá-la, pois ela só queria o carinho do futuro pai.
A partir daquele momento em que o destino dos três se cruzou, começaram as mudanças. Algo estabelecido para toda a vida e que não pode ser imaginado de maneira diferente. As vidas da família são definidas com pouco sentido, se não contassem com a presença da Sabrina.
“Eu não tive a oportunidade de ser pai através do meu sangue, mas o amor que eu tenho por ela é o mais puro e verdadeiro. Já amava essa criança desde quando estávamos na fila de espera, não tínhamos preferencia por cor, sexo, só queríamos ter a oportunidade de realizar nosso grande sonho. Nós somos muito felizes e aconselho as pessoas que se deem a oportunidade de serem felizes também”, afirmou.
FOTO JUCIELE BALDISSARELLI/DMO

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