JUCIELE BALDISSARELLI
Repórter
Na última sexta-feira (25), foi comemorado o Dia Nacional
da Adoção. Uma data instituída em 1996 no I Encontro Nacional de Associações e
Grupos de Apoio à Adoção. Em Fraiburgo, um grupo de cerca de 20 pessoas,
compostos por pais adotivos acompanhados dos filhos e outras pessoas que se
encontram na fila de adoção, participou de uma caminhada alusiva ao tema na
manhã do último sábado (26). Entre os municípios de Fraiburgo e Monte Carlo, os
quais fazem parte da mesma Comarca, nesse ano já foram realizadas três adoções,
existem nove processos aptos para adotar e outros cinco estão em andamento.
A assistente social do Fórum, Edna Regina Bragnolo
Furtado, explica que foi criado um grupo de estudos e apoio a adoção chamado de
“DNA do Coração”. Todas as pessoas interessadas pelo tema, que já adotaram ou
pretendem adotar um filho participam de reuniões mensais, onde são orientadas e
se preparam para a chegada do filho. Durante a caminhada panfletos explicativos
foram entregues, orientando a sociedade local sobre a existência do grupo. Edna
destaca que o pensamento que as pessoas têm de que adoção é um processo
complicado não é real, para ela, existe um tempo que é necessário para que os
candidatos possam se preparar para uma nova etapa de vida.
Para adotar um filho não precisa ser casado, pessoas
solteiras também podem entrar na fila. O primeiro passo é entrar em contato no
Fórum da comarca do município, apresentar a documentação exigida, participar de
um curso e fazer parte das reuniões do grupo DNA do Coração até que chegada da
hora. “As pessoas não precisam esperar por um filho biológico, elas podem
colaborar com o futuro de tantas crianças que aguardam um lar. Mas é uma
decisão muito séria, que implica na mudança de vida, por isso é necessário
estar orientado para estar ciente de tal atitude que é para a vida toda”,
comentou.
UM PAI DE CORAÇÃO
Entre as mães e pais adotivos que participaram da
caminhada, esteve Claudio Reichardt, o qual adotou Sabrina, hoje com três anos,
mas ela foi entregue ao casal quando tinha apenas seis meses. Ele se considera
um verdadeiro pai de coração e afirma que a emoção de ser pai é única e
indescritível.
O casal não havia pensado na possibilidade de serem pais
adotivos, a intenção era a de gerar os próprios filhos, no entanto, quis o
destino de que isso não fosse possível. Para
preencher o vazio da casa e da vida de ambos que já demonstrava ter, a decisão
foi tomada de maneira unânime, seria na adoção que o sonho se concretizaria.
Reichardt conta que procurou o Fórum para obter
informações, fez o cadastro, apresentou toda a documentação e em seguida veio à
espera. Foram três anos, avaliados como intermináveis, até o dia em que o
telefone tocou avisando sobre uma possível oportunidade.
Ao pegar a pequena Sabrina no colo pela primeira vez,
Reichardt conta que não foi ele que a escolheu, mas ela que demonstrou todo o
amor e alegria que poderia dar a família. Foi amor à primeira vista, o pai lembra
que a menina não queria sair do colo por nada. Nem mesmo a futura mãe pode
pegá-la, pois ela só queria o carinho do futuro pai.
A partir daquele momento em que o destino dos três se
cruzou, começaram as mudanças. Algo estabelecido para toda a vida e que não
pode ser imaginado de maneira diferente. As vidas da família são definidas com
pouco sentido, se não contassem com a presença da Sabrina.
“Eu não tive a oportunidade de ser pai através do meu
sangue, mas o amor que eu tenho por ela é o mais puro e verdadeiro. Já amava
essa criança desde quando estávamos na fila de espera, não tínhamos preferencia
por cor, sexo, só queríamos ter a oportunidade de realizar nosso grande sonho.
Nós somos muito felizes e aconselho as pessoas que se deem a oportunidade de serem
felizes também”, afirmou.
FOTO JUCIELE BALDISSARELLI/DMO
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