terça-feira, 20 de setembro de 2011

A história de Pe. Biagio em livro

Missa de despedida dos fraiburguenses

Últimos dias de vida, já na Itália
No próximo ano, aqueles que não conheceram e também os que tiveram a oportunidade de conviver Pe. Biagio Simonetti terão a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a sua história. Homem atuante na comunidade de Fraiburgo, seja como religioso, educador ou político, esteve junto aos fraiburguenses por mais de 30 anos.
No último sábado (17) se passaram oito anos de seu falecimento. No mesmo ano em que o padre Biagio Simonetti morria em Palma província de Napoli na Itália, um grupo de fiéis católicos de Fraiburgo criavam a Associação dos Amigos Pró Memória Pe. Biagio Simonetti (APROBS). A entidade que tem data de fundação no mesmo dia em que o religioso comemorava seu aniversário em 13 de novembro tem o objetivo de manter viva especialmente para as gerações mais novas, a importância do padre no desenvolvimento do município.
A expectativa dos associados é de que no próximo ano, a APROBS possua recursos financeiros suficientes para publicar uma biografia do religioso, a qual foi escrita pelo fraiburguense e pós-doutorado em História Jó Klanovicz.
A autorização para que sua história pudesse ser contada foi deixada pelo padre aos cuidados da família Franscescato a qual ele mantinha uma amizade profunda no município.
Conforme relata a biografia a ser publicada, durante sua trajetória, Biagio Simonetti, desempenhou papel importante especialmente para o desenvolvimento  religioso e educacional da população. Muitas vezes, foi um cidadão polemico e em outras situações incompreendido, porém adorou Fraiburgo como se tivesse nascido no local.

O homem religioso

Com apenas dez anos de idade, em 1934, Biagio entrava no seminário de Nola na Itália para dar inicio aos estudos religiosos, os quais foram concluídos em 1942. Depois de formado atuou no seu país até quando partiu para os Estados Unidos em 1955. Já em 1959 parte para o Brasil com a determinação de catequizar índios na Amazônia. Permaneceu no local por dois anos, após isso, teve breve passagem por São Paulo e finalmente em 1963 foi enviado para assumir como primeiro vigário da paróquia de Fraiburgo, pertencente na época a Curitibanos.
No município, promoveu catequese com os professores, foi o responsável pela edificação da atual Igreja Matriz, casa dos padres e irmãs e 30 capelas nas comunidades do interior.
Contra sua vontade, mas por determinação da congregação a qual pertencia,      Pe. Biagio, já muito adoentado voltou para a sua terra natal onde passou seus três anos. Antes de partir, solicitou aos fiéis que dessem seqüência na sua última obra, a construção do Santuário de Nossa Senhora de Fátima que fica nas margens da SC 453.
De acordo com os relatos dos integrantes da APROBS, quando o religioso retornou a Itália, nos contatos telefônicos que eram feitos com os fiéis amigos de Fraiburgo, o religioso pedia que o fossem buscar, pois o desejo era morrer na terra que ele havia adotado como sendo sua.
Morreu não como cidadão italiano, pois em 22 de outubro de 1974, em prova de dedicação ao Brasil, renunciou a nacionalidade anterior, se declarando brasileiro, naturalizado.

O homem educador

Desde que foi ordenado, o padre já demonstrava levar jeito para atuar na área de educação. Em Fraiburgo foi o responsável pela implantação e edificação da escola que por muitos anos foi à principal do município.
Nos anos 60 fundou o primeiro ginásio normal sendo a escola Sedes Sapientiae (Sede da Sabedoria), na qual atuou como diretor por mais de 20 anos. A instituição ofereceu com o passar dos anos os cursos de Técnico em Contabilidade e Agropecuária.
Biagio atuou também como professor nas áreas de inglês, xadrez, filosofia e historia. Tinha, de acordo com a professora Marli Cardoso Córdova a qual atuava como educadora na mesma época, os alunos sempre em primeiro lugar. “Ele tinha paciência, sentava e ouvia tudo o que as crianças tinham para contar e para ele os alunos eram o mais importante na escola”, relata a professora.
Foi o fundador da Fundação Educacional e Assistencial de Fraiburgo (FEAF). Mas, chegou a ser afastado da fundação, passados oito anos, a justiça determinou que seus direitos fossem lhes desenvolvido por julgarem improcedente o processo.


O homem político

Motivado pelo papel de liderança que exercia como religioso junto aos fraiburguenses, padre Biagio decide entrar para a vida política. Para isso, recebeu apoio de seus fiéis, tanto que foi eleito como prefeito municipal de 1989 a 1992. Durante o mandato, deu inicio ao maior bairro do município, o São Miguel.
Segundo a relações públicas da APROBS, Marli Cardoso Córdova, o padre tinha o pensamento de que se já conseguia desenvolver ações importantes sendo um simples religioso, então ele imaginava as grandiosidades o que poderia fazer sendo um político quando teria o poder em suas mãos. A política não chegou a ser uma decepção para Biagio, mas a trajetória como administrador público municipal foi muito diferente do que ele imaginava que seria.


Diretoria da APROBS
Presidente: Clovis Antonio Alves dos Santos
Vice-presidente: Mauro Ribeiro de Melo
1ª Secretária: Ivone Chechi Israel
2ª Secretária: Nerci Teresinha Pereira
1º Tesoureiro: Marli Terezinha Cardoso Córdova
2º Tesoureiro: Laurentino Milkevicz
Conselho Fiscal Vitalicio: Elionete Fancescatto, Elizabete Francescatto e Salete Fracescatto Peroza.

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