segunda-feira, 4 de julho de 2016

A readaptação que os jornais impressos passam



Juciele Marta Baldissarelli
Jornalista e professora

Muitos podem até pensar que o jornal impresso está fadado ao desaparecimento dentro de alguns anos em função da febre que a internet está se tornando cada vez mais. No entanto, não acredito que isso irá efetivamente acontecer. O que percebemos no mercado é uma seleção dos meios, o que sempre ocorreu ao longo da história da comunicação. O impresso é considerado o primeiro meio de comunicação oficial, não se sabe ao certo quando ele surgiu, mas há registros que datam que foi no ano 131 Antes de Cristo.
Os historiadores e pesquisadores atribuem ao Imperador Romano Júlio César essa invenção.  Júlio César, além de ter sido general e comandante, foi um profissional de marketing. Para divulgar suas conquistas militares e informar o povo da expansão do Império, criou o Acta Diurna, o primeiro jornal de que se tem notícia no mundo. As autoridades romanas pregavam na parede da entidade equivalente ao Fórum, uma folha em que eram listados os acontecimentos do dia como os casamentos, batizados, compras e vendas, novas leis que entravam em vigor. Essa folha era chamada de Acta Diurna, os Atos do Dia, e representavam as diretrizes governamentais.
Desta forma, analiso que ocorre agora com os meios de comunicação impresso, nada mais do que o reflexo daquilo que sempre existiu na história. Uma seleção natural, em que se mantém aqueles que melhor se adaptam à realidade, seja ela de mercado (leitores) ou financeira. Para isso podemos lembrar de alguns exemplos clássicos. Um deles foi quando o rádio chegou ao Brasil no dia 7 de setembro de 1922 e muitas pessoas decretaram a falência dos jornais. Afinal, o rádio apresentou aquelas características tão bem conhecidas até hoje, que entre elas destaco a sua amizade por meio de uma caixa falante.
O mesmo aconteceu com o rádio quando vivia sua melhor fase no Brasil, a chamada “Era de Ouro” na década de 50. Programas de auditório lotados, radionovelas faturando financeiramente. No entanto, chega a televisão e assim o rádio também viu todo o seu glamour ameaçado. O que aconteceu com o rádio? Simples, ele encontrou melhor a sua finalidade de existência, que aponto ser a utilidade pública, a informação, a notícia, mas sem esquecer do entretenimento. O rádio é a prova de que existe um equilíbrio.
Desta forma, o meio impresso passa atualmente por um momento parecido a esses dois que citei. E faço uma ressalva para dizer que não é apenas o impresso, o rádio e a televisão também estão na mesma situação, todos buscam uma nova adaptação a essa necessidade. Fórmula pronta não existe, mas pode-se observar alguns casos exitosos e deles tirar exemplos. O fato é, a internet está presente e contra isso não é possível lutar, aliás nem devemos e nem queremos. Assim, sugiro por meio dos cases de sucesso já registrados, que esses meios se tornem aliados dessa tecnologia e tirem proveito para produzirem materiais diferentes aos que os leitores estão acostumados no dia-a-dia. Certamente o jornal impresso não deixará de existir. 

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